quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Zigoto é gente!

“Não existe evidência científica possível para sustentar que um zigoto, ou um óvulo recém-fecundado, não tenha direitos”

via Deus lo Vult! de Jorge Ferraz
Eu não achei que fosse viver para ler isto na Folha de São Paulo: «Rodrigo Guerra, diretor do Cisav (Centro de Pesquisa Social Avançada do México), concordou que não existe evidência científica possível para sustentar que um zigoto, ou um óvulo recém-fecundado, não tenha direitos». E ainda: «o embrião tem capacidades humanas, embora limitadas, e portanto toda a normalidade existente internacionalmente para proteger seres humanos com capacidades diferentes deve se aplicar nestes casos».

Na mídia nacional! Na Folha de São Paulo! É nestes momentos que a evidência é tão evidente que se impõe por si mesma: «Sabemos por experiência empírica contundente que as estruturas precursoras do sistema nervoso central existem desde o momento da fecundação. Desde aí o genoma humano é completo e funcional, e seu metabolismo é autônomo, ou seja, processa energia por si mesmo, embora continue sendo dependente nutricionalmente da mãe».

Respeito à vida humana desde a concepção até a morte natural: exatamente o que pede a Igreja. É praticamente a mesma conclusão a que chegaram os cientistas liderados por John Haas. E o mais importante é que tal assunto é tratado com a inegociabilidade que merece: o grupo de cientistas «rejeitou a abertura de um debate sobre o tema». Bravo! Certas coisas não se discutem. A certas posições irracionais não é lícito conceder a gentileza de um debate, como se ela fosse algo a priori aceitável.

Enquanto isso, os comentários dos bárbaros inimigos da civilização destilam o mesmo irracionalismo raivoso de sempre. Por exemplo, houve quem dissesse que «John Haas é presidente de um grupo católico anti-aborto (National Catholic Bioethics Center)! Ele está falando como religioso e não como cientista». E (como comentou um amigo) o Dawkins et caterva, militantes anti-religiosos raivosos, porventura falam como cientistas? Honestidade intelectual passa longe dessa gente…

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Será possível que perdure uma sociedade que não tolera o que a formou?

Pronto, aconteceu. O confronto aberto entre o neofascismo que procura modificar toda a cultura ocidental, forçando a população a aceitar, ou melhor, celebrar a homossexualidade, e um dos textos básicos da nossa civilização finalmente teve o seu primeiro round.

Uma congregação protestante paulista publicou um outdoor com as palavras “assim diz Deus”, seguidas de duas condenações bíblicas à atividade homossexual e um chamado à conversão. Um juiz mandou retirá-lo. Uma opinião minoritária surgida ainda dentro do tempo de vida da maior parte dos leitores deste jornal ganhou na Justiça o direito de calar o texto que, independentemente da crença de cada um, é inegavelmente parte fundamental e inspiradora de no mínimo os últimos 2 mil anos da civilização a que pertencemos.

É um conflito ainda mais básico, é um choque ainda mais radical que o que se poderia dar em relação a outra expressão desta mesma crença. A Igreja Católica, por exemplo, ensina que a atividade homossexual (não a tendência nem o desejo: a atividade) é um dos quatro crimes que bradam aos céus por vingança, juntamente com o assassinato de um inocente, negar a um trabalhador sua justa paga e oprimir o pobre.

Condenações semelhantes são feitas pelo budismo, pelo judaísmo ortodoxo (que reconhece um dos trechos presentes no outdoor como escritura sagrada), pelo Islã, pelo confucianismo, e por praticamente qualquer cultura que jamais tenha sobrevivido a mais de um milênio.

O texto bíblico, contudo, é ainda mais essencial em nossa civilização, mais básico em sua aceitação como palavra divina incontestavelmente certa ao longo de 2 mil anos. É uma pedra fundamental da sociedade ocidental que se vê negada, retirada à força, preterida em favor de uma novidade, de uma opinião única recém-chegada e não aceita nem pela tradição cultural da nossa e de outras civilizações nem pela imensa maioria da população, mas que pelo jeito realmente se tornou obrigatória.

É Beethoven destronado por Lady Gaga, Michelangelo destronado por Andy Warhol, a civilização destronada pela desconstrução de tudo e pelo endeusamento do prazer sensível como fonte de identidade. É um Judiciário que, ao invés de preservar a ordem, tenta construir algo que não se sabe o que virá a ser; será possível que perdure uma sociedade que não tolera o que a formou, uma sociedade intolerante da mesma “intolerância” que a erigiu e que é opinião majoritária nela mesma?! Creio que não

Que Deus nos abençoe e Maria nos guarde!
Professor Carlos Ramalhete
Em sua coluna semanal no jornal Gazeta do Povo

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MDV denuncia: Senado brasileiro recebe proposta de legalização do aborto

BRASILIA, 25 Ago. 11 (ACI) .- O Movimento em Defesa da Vida no Brasil (MDV) denunciou que na quinta feira, 18 de agosto, a Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto, reuniu em Brasília representantes de diversas ONGs que promovem a legalização do aborto no país para a realização de uma plenária e em seguida representantes destas organizações tiveram uma audiência pública no Auditório Petrônio Portela do Senado Federal para apresentar um documento favorável à despenalização do aborto no Brasil.

A audiência no senado foi convocada pela Senadora Lídice da Mata, do PT da Bahia, com o apoio da senadora Ângela Portela, do PT de Roraima, e da senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo.
O tema da reunião, conforme a convocação oficial, era um "debate sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres."

Conforme havia sido anunciado pela Senadora Marta Suplicy, as organizações que promovem o reconhecimento do aborto como um direito humano no Brasil, pesadamente financiadas por um conglomerado de fundações norte americanas, estão voltando o foco de suas atenções para o Senado Federal.

Dois dias após o término das eleições de 2010, ao ser questionada por uma repórter sobre "as chances, depois do que aconteceu nas eleições de 2010, do PT retomar bandeiras históricas como o direito ao aborto e ao casamento gay", a senadora Suplicy respondeu: "certamente a prioridade do governo passará longe disso, e a presidente Dilma se comprometeu e não fará nenhum gesto neste sentido. Porém o congresso é outra coisa, e provavelmente deverá recuperar [o tema]".

Segundo o MDV, durante a mencionada audiência no Senado, representantes de várias ONGs, entre as quais entre as quais está a Articulação de Mulheres Brasileiras, a Marcha Mundial de Mulheres, a Liga Brasileira de Lésbicas, a União Nacional dos Estudantes e a Central Única dos Trabalhadores, apresentaram aos senadores o documento da plataforma para legalização do aborto no Brasil.

O documento, distribuído no Senado, mas não divulgado pelos meios de comunicação, afirma, entre outras coisas que pretende-se retomar, no Brasil, "a proposta de legalização elaborada pela comissão tripartite, instituída em 2005 pela secretaria de políticas para as mulheres, retirando a prática de abortamento do código penal".

Isto é, afirma o boletim do MDV, "o infame projeto elaborado pelo Governo Lula, apresentado sob a forma do substitutivo do PL 1135/91, que pretendia tornar o aborto legal durante todos os nove meses da gravidez, uma vez que, removido do Código Penal todas as figuras do crime de aborto, não haverá, no ordenamento jurídico brasileiro, qualquer tipificação de crime contra a vida antes do nascimento".

A Plataforma insiste, porém, paradoxalmente, em "refutar a tese de que se pretende legalizar o aborto até o nono mês de gestação".

A Plataforma afirma também que o aborto é apenas "o resultado da interrupção da gravidez até a 22ª semana de gestação e cujo produto pesa até 500 gramas", discriminando o nascituro e ignorando que se trata de um ser humano completamente formado, dotado do mesmo direito inalienável à vida que qualquer outro ser humano, e não um simples produto que pesa até 500 gramas.

Ademais a Plataforma pretende "impedir que organizações religiosas participem na elaboração e controle social das políticas públicas, ou recebam recursos públicos para ação social que seja orientada por princípios religiosos".

Segundo o MDV o documento pretende também "garantir a orientação sexual" nas escolas e "impedir a prática do ensino religioso na rede pública de educação".

Para ver a notícia da reunião pró-aborto feita pela Agência Senado, visite:
http://www.senado.gov.br/noticias/movimento-de-mulheres-critica-projetos-de-lei-contrarios-a-interesses-femininos.aspx

Para entender os desafios relacionados à defesa da vida no Brasil recomendamos também:
http://www.votopelavida.com/defesavidabrasil.pdf

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Igreja e a Maçonaria


via Missa Tridentina em Brasília de Missa Tridentina em Brasília em 15/08/11

No último documento pontifício sobre a Maçonaria, datado de 11 de março de 1985, sob o título de INCONCIABILIDADE ENTRE FÉ CRISTÃ E MAÇONARIA, a Congregação da Doutrina da Fé reafirma a Doutrina Católica de que é impossível a um fiel católico se inscrever em alguma Loja Maçônica e continuar a ser católico: “(…) a Sagrada Congregação indica aos fiéis que tal inscrição constitui objectivamente um pecado grave e, precisando que os aderentes a uma associação maçónica não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão (…)”.

Antes de tudo deve recordar-se que a comunidade dos “pedreiros-livres” (NOTA: O nome maçonaria, ou franco-maçonaria, deriva do termo francês franc-maçonnerie, “pedreiros livres” ou do Latim “Sculptores Lapidum Liberorum”, e as suas obrigações morais se apresentam como um sistema progressivo de símbolos de carácter extremamente absorvente (nota minha: a maçonaria segue uma filosofia vinculante, sendo esta oposta à Católica). A rígida disciplina do arcano que nela predomina reforça ulteriormente o peso da interação de sinais e de idéias. Este clima de segredo (constante nas lojas maçônicas) comporta, além de tudo, para os inscritos o risco de se tornarem instrumento de estratégias que lhes são desconhecidas.”. “Para um cristão católico, todavia, não é possível viver a sua relação com Deus numa dúplice modalidade, isto é, dividindo-a numa forma humanitária – super-confessional e numa forma interior – cristã. Não pode cultivar relações de duas espécies com Deus, nem exprimir a sua relação com o Criador através de formas simbólicas de duas espécies.” Eis a íntegra do documento do Vaticano: Aqui.

Cabe aqui uma nota muito esclarecedora quanto a Doutrina Católica sobre a Maçonaria. Tanto o Rotary, fundado pelo maçon Paul Harris; o Lions, fundado pelo maçon Melvin Jones; o DeMolay fundado pelo maçon Frank Sherman Land e os Escoteiros fundado pelo maçon Robert Baden Powell, são entidades ligadas a maçonaria. (a fonte destas informações pode ser obtida neste site da Maçonaria de Pelotas/RS. Ou seja, qualquer católico que ingressar numa destas entidades estará ingressando numa Maçonaria e assim sendo estarão em pecado mortal, conforme esta nota da Congregação para a Doutrina da Fé: “Os fiéis que pertencem às associações maçónicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.” . Ou seja, o maçon não é católico e portanto não pode comungar. Em outro documento esta Congregação reafirma que o católico que se inscrever em maçonaria está excomungado: “não foi, portanto, ab-rogada a excomunhão nem as outras penas previstas;

Ao longo da história, vários Romanos Pontífices empreenderam luta contra a Maçonaria. Mas talvez o documento mais importante da Igreja sobre a Maçonaria seja a Carta Encíclica HUMANUS GENUS do Papa Leão XIII, que iremos destacar agora.

No item 2 destaca-se: “(…) Nesta época, entretanto, os partisans (guerrilheiros) do mal parecem estar se reunindo, e estar combatendo com veemência unida, liderados ou auxiliados por aquela sociedade fortemente organizada e difundida chamada os Maçons. Não mais fazendo qualquer segredo de seus propósitos, eles estão agora abruptamente levantando-se contra o próprio Deus. Eles estão planejando a destruição da santa Igreja publicamente e abertamente, e isso com o propósito estabelecido de despojar completamente as nações da Cristandade, se isso fosse possível, das bênçãos obtidas para nós através de Jesus Cristo nosso Salvador.(…)”

No item 6: “Tão logo a constituição e o espírito da seita maçônica foram claramente descobertos (…) esta Sé apostólica denunciou a seita dos Maçons, e publicamente declarou sua constituição como contrária à lei e ao direito, perniciosa tanto à Cristandade como ao Estado; e proibiu qualquer um de entrar na sociedade, sob as penas que a Igreja costuma infligir sobre as pessoas excepcionalmente culpadas. (…).”

Item 9: “(…) para ser alistado, é necessário que os candidatos prometam e assumam ser daí em diante estritamente obedientes aos seus líderes e mestres com a mais completa submissão e fidelidade, e estar de prontidão para cumprir suas ordens(…) se desobedientes, submeter-se aos mais penosos castigos e à própria morte. (…).”

Item 10: “(…) a razão e a própria verdade tornam claro que a sociedade da qual nós estamos falando está em antagonismo com a justiça e a retidão natural. (…), a seita maçônica produz frutos que são perniciosos e do mais amargo sabor.(…)”

Neste item 12, fica bem clara várias das doutrinas maçônicas condenadas pela Igreja: “(…) a doutrina fundamental dos naturalistas, que eles tornam suficientemente conhecida em seu próprio nome, é que a natureza humana e a razão humana deveria em todas as coisas ser senhora e guia. Eles ligam muito pouco para os deveres para com Deus, ou os pervertem por opiniões errôneas e vagas. Pois eles negam que qualquer coisa tenha sido ensinada por Deus; eles não permitem qualquer dogma de religião ou verdade que não possa ser entendida pela inteligência humana, nem qualquer mestre que deva ser acreditado por causa de sua autoridade. (…)”

Item 13: “(…) eles rejeitam das leis e da nação a saudável influência da religião Católica (…)”

Item 15: “(…) abertamente declaram, o que em segredo entre eles mesmos eles têm por um longo tempo planejado, que o poder sagrado dos Pontífices deve ser abolido, e que o próprio papado, fundado por direito divino, deve ser totalmente destruído.(..)”

Item 17: “(…) eles não mais consideram como certas e permanentes aquelas coisas que são totalmente entendidas pela luz natural da razão, tais como certamente são – a existência de Deus, a natureza imaterial da alma humana, e sua imortalidade. (…). Nem eles escondem que esta questão sobre Deus é a maior fonte e causa de discórdias entre eles; (…) a seita permite grande liberdade aos seus membros juramentados por voto, de modo que para cada lado é dado o direito de defender a sua própria opinião, ou de que há um Deus, ou de que não há nenhum; (…)”

Item 19: “(…) Nós falamos agora dos deveres que têm a sua origem na retidão natural. Que Deus é o Criador do mundo e seu providente Governador; que a lei eterna exige que a ordem natural seja mantida, e proíbe que ela seja perturbada; que o fim último do homem é um destino muito acima das coisas humanas e além desta parada sobre a terra: estas são as fontes e estes são os princípios de toda justiça e moralidade.(…) Se eles forem removidos, como os naturalistas e Maçons desejam, imediatamente não haverá nenhum conhecimento quanto ao que constitui justiça e injustiça, ou sobre qual princípio a moralidade é fundada. (…).”

Item 20: “(…) os naturalistas e Maçons, não tendo fé naquelas coisas que nós aprendemos pela revelação de Deus, negam que nossos primeiros pais (Adão e Eva) tenham pecado, e conseqüentemente pensam que o livre desejo não é de modo algum enfraquecido e inclinado ao mal (…).”

Item 21: Negam “(…) que o casamento pertence ao gênero dos contratos humanos, que pode ser legalmente revogado pelo desejo daqueles que o fizeram(…)”

Aos bispos, no nº 31 o Papa faz um apelo: “(…) Nós desejamos que o vosso primeiro ato seja arrancar a máscara da Maçonaria, e deixar que ela seja vista como realmente é; e por sermões e cartas pastorais instruir o povo quanto aos artifícios usado pelas sociedades deste tipo para seduzir os homens e persuadi-los a entrar em suas fileiras, e quanto à perversidade de suas ações e à maldade de seus atos.(…) Pode parecer a alguns que os Maçons não exigem nada que seja abertamente contrário à religião e à moral; mas, como todo princípio e objetivo da seita está naquilo que é vicioso e criminoso, ajuntar-se com estes homens ou em algum modo ajudá-los não pode ser legítimo.”

Item 37: “(…) A seita da Maçonaria mostra-se insolente e orgulhosa de seu sucesso, e parece que ela não colocará limites à sua pertinácia. Seus seguidores, ajuntados por perversos acordos e por conselhos secretos, ajudam-se uns aos outros, e excitam-se uns aos outros a uma audácia nas coisas malignas.(…)”

Íntegra deste documento: Aqui.

In Jesu, Mariae et Joseph,

Rodney, colaborador do blog.

Estatuto do Nascituro protege mãe e bebê

via Vida sim, aborto não! de Wagner Moura em 21/08/11



O Estatuto do Nascituro precisa ser aprovado com urgência e não há melhor oportunidade como a atual, quando os abortistas ainda estão paralisados por causa da última eleição na qual o tema “aborto” esteve em evidência – quanto mais debate, quanto mais evidência, sempre pior para a legalização do aborto. A boa notícia é que, ao menos por via democrática, por meio do Congresso Nacional, o aborto está muito longe de ser legalizado no Brasil.

Mas é preciso avançar! E o avanço chama-se Estatuto do Nascituro: no dia 31 várias mulheres e homens estarão em Brasília, na Marcha pela Vida, fortalecendo a luta a favor da defesa da vida do nascituro e da mulher. Os abortistas são contra essa lei que PROTEGE a mulher!

Protege a mulher que, ao se submeter ao procedimento de alto risco (como é qualquer aborto), seja gravemente prejudicada, uma vez que ela não sofrerá as penas da lei. Pois assim diz o Estatuto do Nascituro:

Art. 23 – Causar culposamente a morte de nascituro.

§ 2º – o Juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.



Protege a mulher que for agredida, ainda que verbalmente, por causa de sua gravidez. Pois assim diz o Estatuto do Nascituro:

Art. 26 – Referir-se ao nascituro com palavras ou expressões manifestamente depreciativas: Pena – Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses e multa.



Protege a mulher que, ao engravidar, sofra pressões do empregador, da empregadora, do companheiro, da companheira, ou de qualquer outra pessoa que a induza a fazer um aborto. Pois assim diz o Estatuto do Nascituro:

Art. 29 – Induzir mulher grávida a praticar aborto ou oferecer-lhe ocasião par a que o pratique: Pena – Detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.



O Estatuto do Nascituro é um avanço e coloca o Brasil à frente, inclusive, de nações do primeiro mundo como Estados Unidos e Itália, países cuja legislação protege os direitos do nascituro desde à fecundação, ainda que com algumas restrições.

Os EUA, em 25 de março de 2004, aprovaram um projeto de lei que concede à criança por nascer (nascituro) o status de pessoa, no caso de um crime. Na Itália, em março de 2004, entrou em vigor uma lei que dá ao embrião humano os mesmos direitos de um cidadão. E no Brasil?

Até quando estaremos com uma legislação tão defesada no que diz respeito aos direitos do nascituro? É urgente a aprovação do Estatuto do Nascituro que visa proteger, integralmente, o ser humano desde sua concepção – conforme determinou o Pacto de São José de Costa Rica, assinado por nosso país.

Quando aprovado, o Estatuto do Nascituro será um marco na história do nosso país, na história da luta em defesa da vida humana e da dignidade da mulher.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quando é que tal uso foi introduzido na Igreja?

via Sã Doutrina de Rafasoftwares em 19/05/11



Escrito por D. Estêvão Bettencourt, OSB

Em síntese: muitos protestantes imaginam que as diversas expressões do culto e da vida da Igreja foram introduzidas por decretos papais que arbitrariamente resolveram implantar um novo costume alheio à Bíblia. – Só pensa assim quem não conhece a história e a verdadeira índole da Igreja; Esta é comparável a um grão de mostarda, que aos poucos, sob a assistência do Espírito Santo, vai desabrochando ou manifestando as riquezas de sua vitalidade (cf. Mt 13, 31s). O uso de água benta, altares e velas, além de ter seu fundamento bíblico, possui seu significado simbólico e catequético. O celibato do clero está baseado em 1Cor 7, 25-35, texto que os protestantes não costumam citar. A prece da Ave-Maria retoma, em sua primeira parte, textos bíblicos. Deve-se outrossim notar que a Bíblia não é a única fonte de fé para os católicos; a fonte de fé é a Palavra de Deus, que , principalmente, foi apregoada por via oral apenas e só depois foi escrita, originando o Novo Testamento. Donde se vê que é a Palavra oral, vivida na Igreja, que interpreta a escrita. A Igreja é anterior ao Novo Testamento, do qual é a matriz; portanto é a Igreja que abona a Bíblia, e não é a Bíblia que abona a Igreja.

* * *

Não poucas vezes os católicos são interpelados por panfletos protestantes que lhes propõem interrogações e objeções. A linguagem e o conteúdo desses impressos são de baixo nível:

trazem erros de portugu6es, de história, de interpretação bíblica, etc.; recorrem à ironia (Diz-se que a ironia é a arma dos fracos. Faz caricaturas para poder atacar os fantasmas que ela cria); copiam e recopiam as suas alegações levianamente, sem controlar o que afirmam ou sem conhecimento de causa. Mas em alguns casos encontram o fiel católico despreparado para responder. Eis porque vamos agora considerar alguns pontos lançados por tais folhetos à consideração do leitor.

1. OBSERVAÇÃO GERAL

Quem lê tais panfletos, tem a impressão de que a S. Igreja move os seus fiéis como que a toques de decretos, determinando que, de certa data em diante, será preciso crer ou praticar isso ou aquilo… Ora, tal impressão não corresponde à realidade: o que a Igreja declara, através do seu magistério oficial, não é senão a expressão da consciência que os fiéis, em seu senso comum, possuem a respeito deste ou daquele ponto de doutrina ou de disciplina.

Antes de serem proferidas de maneira solene pela autoridade da Igreja, tais verdades ou práticas já fazem parte da vida dos cristãos. O magistério apenas as explicita; assim dissipa os perigos de mistura com o erro. É isto, aliás, que se dá em todo organismo vivo: a vida real, vivida, é anterior às fórmulas ou definições (com efeito; primeiramente vivemos, respiramos…, depois definimos o que é viver, respirar, caminhar. Assim o povo de Deus, movido pelo Espírito Santo, no decorrer dos séculos, professou tais e tais proposições, seguiu tais e tais costumes. Em conseqüência, o magistério da Igreja, assistido pelo mesmo Espírito Santo, quis oportunamente apoiar com a sua autoridade dirimente essas expressões autênticas da vida).

2. ORIGEM DA DESIGNAÇÃO “PROTESTANTE”

Conforme um dos panfletos mencionados, a palavra “protestante” vem do protesto que o Apóstolo Pedro fez, quando lhe queriam negar o direito de pregar o Cristianismo em Jerusalém, conforme At 4, 17-20; 5, 27. Em conseqüência os protestantes seriam “mais antigos” do que os católicos.

- Na verdade, o protestantismo com suas doutrinas características (“somente a Bíblia”, “somente a fé”, “somente a graça”) começa com Lutero, que em 1517 lançou seu primeiro brado contra a Igreja Católica. Antes do século XVI não se falava de “protestantismo”.

Mais precisamente: o termo “protestantismo” teve origem nos seguintes fatos: depois que Lutero iniciou suas críticas à Igreja Católica, o movimento reformista foi-se alastrando na Alemanha. Diante do fato, o Parlamento alemão reuniu-se me Espira no ano de 1529 e determinou que se estancasse o movimento inovador até a realização de um Concílio Ecumênico, que julgaria a problemática religiosa. Isto significa que nos Estados Católicos a propagação do luteranismo seria detida; quanto aos Estados que já aderiram à Reforma, esta seria tolerada contanto que os luteranos não pregassem contra a S. Eucaristia e permitissem aos católicos a celebração da S. Missa. Frente a esta resolução (que correspondia a um decreto anterior chamado “Edito de Worms”), seis príncipes protestantes, entre os quais João da Saxônia e Felipe de Hesse, e quatorze cidades da Alemanha levantaram seus protestos veementes; não queriam aceitar que a S. Missa continuasse a ser celebrada em territórios protestantes nem entendiam que os pregadores protestantes deixassem de pregar contra a S. Eucaristia. Ora, foi precisamente a partir desta ocasião (19/04/1529) que os seguidores da Reforma foram chamados “protestantes”.

3. O SINAL DA CRUZ

Lê-se em panfletos protestantes que o sinal da Cruz foi instituído em 300 d.C. Ora, quem pesquisa a literatura cristã anterior a 300, verifica, por exemplo, que o escritor Tertuliano (falecido pouco antes de 220) atesta o amplo uso do sinal da Cruz por parte dos cristãos nas mais variadas situações da vida: “Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da cruz” (De corona militis 3).

Diz ainda Hipólito de Roma (+ 235/6), descrevendo as práticas dos cristãos do século III:

“Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se é feito com fé, não por ostentação, mas em virtude da convicção de que é um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro Verdadeiro; ao fazer o sinal da Cruz na fronte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreita para nos condenar” (Tradição dos Apóstolos 42).

Estes testemunhos dão a ver que o sinal da Cruz já no início do século III estava muito difundido entre os cristãos, de tal modo que suas origens se identificam com as dos primórdios do Cristianismo.

4. ÁGUA BENTA

Segundo alguns impressos protestantes, a “fabricação” da água benta terá sido instituída no ano 1000:

- Deve-se dizer que o uso da água benta na Igreja se prende ao uso da água batismal. Sim; o elemento natural “água” tendo sido escolhido por Jesus para comunicar a regeneração e a vida eterna, os cristãos julgaram oportuno renovar o seu compromisso batismal usando água sob forma de sacramental ( o Batismo é um sacramento; a água benta é um sacramental)

- sacramental é um objeto sobre o qual a Igreja reza, pedindo a Deus sejam recobertos de graças e bênçãos todos aqueles que os utilizarem. Por conseguinte, o sinal d cruz com água benta e a aspersão da água benta foram tidos como canais que continuam a derramar as graças da Redenção sobre pessoas e objetos atingidos por essa água.

Entende-se, pois, que o uso da água benta não teve origem no ano 1000, mas, sim, nos primórdios da Igreja, em íntima conexão com o Batismo. É difícil dizer donde os protestantes tiraram tão singular notícia.

5. ALTARES E VELAS

Há também quem afirme: “Em 370. Principia o uso dos altares e velas pelo fim do século III”. A notícia é incoerente, pois o ano de 370 não pertence ao século III, mas ao século IV. Além disso, é de notar que o uso de altares e velas começou nos tempos do Antigo Testamento. Assim quanto aos altares:

Gn 12,7: “Abraão construiu em Siquém um altar a Javé, que lhe aparecera”. Ver Gn 13, 18; 22, 9.

Ex 17,15: “Moisés construiu um altar e pôs-Ihe este nome: Javé – Nissi (Javé é minha

bandeira)”. Ver Ex 27,1; 29,13.

Nm 7,1: “No dia em que Moisés acabou de erigir a Habitação, ele ungiu e a consagrou com todos os seus pertences, bem como o altar com todos os seus utensílios”.

Mt 5,23s: Diz Jesus: “Se estiveres para levar tua oferta ao altar e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa tua oferta ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te”.

Hb 13,10: “Temos um altar do qual não se podem alimentar os que servem a tenda”. Ver também Ap 6,9; 9,13 (menção de altares no céu).

A respeito de velas:

Ex 25, 31.37: “Farás um candelabro de ouro puro… Far-lhe-ás também sete lâmpadas. As lâmpadas serão elevadas de tal modo que alumiem defronte dele”.

Mt 5, 15: O Senhor se referere à luz que brilha sobre um candeleiro.

Ap 1, 13; 2, 1: Cristo aparece entre candelabros.

6. TRANSUBSTANCIAÇÃO E MISSA

O estudo do Novo Testamento demonstra que Jesus instituiu a Eucaristia como perpetuação do seu sacrifício (Ver a propósito Curso de Diálogo Ecumênico, Módulos 13, 13 e 14. Escola “Mater Ecclesiae”). Nesse sacramento temos a real presença do Senhor Jesus sob as aparências do pão e do vinho. Eis, porém, o que se lê num panfleto:

“Em 818. Aparece pela primeira vez nos escritos de Pascásio Radberto a doutrina da transubstanciação e a Missa”.

A propósito observamos: o que houve no século IX, foi a controvérsia entre Ratramno e Pascásio Radberto. Contradizendo à Escritura e à Tradição. Ratramno negava a real conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. Pascásio escreveu então o “Li ber de Corpore et Sanguine Domini” (Livro do Corpo e do Sangue do Senhor), cuja segunda edição saiu em 844; opunha-se a Ratramno, defendendo a identidade do Corpo Eucaristico com o Corpo histórico de Jesus, ou seja, defendendo a real presença. Assim procedendo, Pascásio nada inovava. O vocábulo “transubstanciação”, que designa essa conversão. aparece pela primeira vez no século XI (quase três séculos após Pascásio Radberto) e foi assumido nos documentos oficiais da Igreja a partir do Concílio de LatrãoIV (1215). O primeiro a usá-lo parece ter sido o jurista Ronaldo Bandinelli (depois, Papa Alexandre III + 1181) na frase: “Verumtamen si, necessitate iminente, sub alterius panis specie consecratur, profecto fieret transubstantiatio” – o que quer dizer: “Mas, se em caso de necessidade iminente, se fizesse a consagração de outro pão, haveria transubstanciação”. Por conseguinte, não foi Pascásio Radberto quem introduziu o vocábulo na linguagem teológica.

Em 818 (data indicada pelo panfleto) Pascásio Radberto, nascido em 790, tinha 28 anos – idade que não corresponde à de sua controvérsia teológica (que se deu a partir de 840).

O nome “Missa” não se deve a Pascásio Radberto. É uma palavra latina equivalente a missio (missão ou envio); significava a despedida ou o envio dos catecúmenos para fora da igreja, quando terminava a homilia ou a liturgia da Palavra. Aos catecúmenos não era permitido participar da Eucaristia propriamente dita, pois ainda não haviam sido batizados.

O nome Missa, que designava tal momento da liturgia, foi no século IV aplicado a todo o rito eucarístico, de modo que este hoje se chama Missa. O primeiro a usar a palavra Missa no sentido atual foi provavelmente S. Ambrósio (+ 397) na epístola 20,4. S. Agostinho (+ 430) escrevia: “Eis que após o sermão se faz a missa (=despedida) dos catecúmenos; ficarão apenas os fiéis batizados” (serm. 49,8).

7. O CELIBATO DO CLERO

Há quem chegue a dizer que o celibato do clero foi instituído em 1879! – A praxe do celibato sacerdotal tem suas raízes em 1Cor 7, 32-34, texto em que São Paulo afirmava ser a vida celibatária um estado em que mais facilmente se pode servir ao Senhor, sem divisões e sem solicitudes supérfluas. Em 1Tm 3,2 o Apóstolo recomenda que o ministro de Deus “seja marido de uma só esposa”; com isto São Paulo queria inculcar que no século I da nossa era, quando as comunidades cristãs constavam de muitos casados e adultos recém-convertidos, não se escolhesse para o ministério algum homem casado em segundas núpcias; estas, com efeito, eram geralmente desaconselhadas pela Igreja antiga por parecerem uma expressão de incontinencia.

Vê-se, pois, que desde os tempos apostólicos a vida una era recomendada e praticada pelos ministros do Senhor (tenhamos em vista, por exemplo, o caso de São Paulo e o do próprio Cristo).

No Ocidente a primeira legislação restritiva ao casamento de clérigos se deve ao Concílio de Elvira (Espanha) por volta do ano 300; proibia aos Bispos, sacerdotes e diáconos, sob pena de degradação, o uso do matrimônio e o desejo de ter prole (cânon 33). Esta determinação, que era regional, em menos de um século estava em vigor (às vezes sob forma de conselho apenas) em todo o Ocidente. A fórmula definitiva de tal disciplina foi promulgada pelo Concílio Ecumênico de Latrão I em 1123: a todos os clérigos, a partir do subdiaconato, foi prescrito o celibato; em conseqüência, o matrimônio contraído por algum eclesiástico depois da respectiva ordenação era tido como inválido. O Concílio de Trento (1545-1563) reafirmou tal determinação. Isto bem mostra quão inexata é a notícia atrás citada.

8. A RECITAÇÃO DA “AVE-MARIA”

Lê-se num panfleto protestante: “Em 1317, João XXII ordena a reza da ‘Ave-Maria’” Algumas confusões estão subjacentes a esta afirmação, como se verá a seguir. A primeira parte da ‘Ave-Maria’ tem sua origem no próprio texto bíblico, onde se lêem as palavras do arcanjo Gabriel: “Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo; és bendita entre as mulheres”"(Lc 1,28) e as de Elisabete: “E bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Vê-se, pois, que é a oração mais nobre do Novo Testamento após o Pai Nosso, que nos é ensinado pelo próprio Cristo.

Os primeiros testemunhos que demonstram o uso de tal fórmula na piedade cristã, datam dos séculos IV/V: trata-se de duas conchas ou placas de argila (ostraka) encontradas no Egito e portadoras do texto grego da ‘Ave-Maria’ (primeira parte). Também as fórmulas litúrgicas (ou as Liturgias) atribuídas a S. Tiago, S. Marcos e S. Basílio dão testemunhos do uso de tal prece nos séculos IV/V.

Em latim a saudação angélica ocorre na Liturgia do IV domingo do Advento, que data dos tempos de S. Gregório Magno (+ 604). No fim do século XII aparecem as primeiras prescrições relativas à recitação da “Ave-Maria” na Liturgia das Horas e na devoção popular. A segunda parte de tal oração (“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós…”) aparece em uso num Breviário (Liturgia das Horas) dos séculos XIV/XV; foi a partir de então que se tornou habitual na devoção dos fiéis.

O que se atribui ao Papa João XXII não é a ordem de rezar a “Ave-Maria”, mas a recomendação de se reverenciar a Encarnação do Verbo de Deus mediante a recitação do “Pai Nosso” e da “Ave-Maria” ao toque do sino, no fim do dia. Tal recomendação data de 1327 e não de 1317, como afirma o folheto em pauta.

9. CONCLUSÃO

Infelizmente, o protestantismo tem atacado a Igreja em termos que não raro são mentirosos e passionais. Não é assim que se promove a causa de Cristo, que disse: “Eu sou.. a Verdade e a Vida” (Jo 14,16). Infelizmente, porém, a mentira cala sempre no ânimo do grande público, como dizia Voltaire: “Menti, menti, porque sempre fica alguma coisa!”

Houve realmente inovações na vida da Igreja através dos séculos, mas todos de caráter acidental, sem afetar a integridade da fé. Era natural e necessário que ocorressem, pois a Igreja é um corpo vivo, animado pelo Espírito Santo, que do seu tesouro de vitalidade sabe tirar “coisas novas e velhas” (Mt 13,52); uma Igreja que hoje se apresentasse com a face exterior que tinha no século I, seria uma “múmia” e não uma sociedade viva; novos tempos exigem novas respostas da parte de Cristos, que vive na Igreja. O próprio Jesus no Evangelho assemelhou a sua Igreja à semente de mostarda que, de pequenina, se torna enorme árvore, desdobrando e expandindo as suas virtualidades no decorrer dos tempos.

Fonte: Revista “Pergunte e Responderemos” Janeiro de 1996.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

As Grandezas de Maria na Bíblia.

via Fratres in Unum.com de G. M. Ferretti em 15/08/11

Dom Licinio Rangel

Folhetos Católicos, n.º 11

Dom Licínio Rangel, primeiro bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, de Campos, RJ. Falecido em 2002, foi sagrado bispo por Dom Tissier de Mallerais, da FSSPX, em 1991.

1 – Que a Santa Mãe do Divino Salvador tenha recebido de Deus prerrogativas que Lhe são exclusivas, é verdade que se deduz de várias passagens da Bíblia. Para o provar, vamos examinar os vários textos sagrados, que a Ela se referem.

Note-se desde já que a Bíblia abre-se e se fecha (Gên. 3,15 – Apoc.12,1) sob o signo da Mulher vitoriosa e bendita, sempre em luta com o dragão.

2 – Eis alguns textos áureos da Bíblia Sagrada:

a) “Porei inimizade entre ti e a Mulher, e entre a tua descendência e a dEla. Ela te esmagará a cabeça, e tu tentarás ferir o seu calcanhar”. (Gên. 3,15)
Comentário: o texto acima é a 1ª profecia da vinda do Salvador feita por Deus logo após a queda de nossos primeiros pais. Nele, ao grupo dos vencidos (Adão e Eva) Deus contrapõe o grupo dos vencedores (Jesus e sua Mãe). – A “descendência da mulher” (no original: sêmen, prole), é, num 1º plano, Jesus Cristo; e, num 2º plano, são todos os remidos que correspondem à graça da Redenção. – O termo “Ela”, como sujeito de “esmagará”, se refere diretamente à “prole”, a Jesus. Mas, será através da natureza humana de Cristo, recebida de Maria, que o poder de Satã será quebrado por Cristo unido à sua Mãe. Logo, também Ela, a “Mulher invicta” desta profecia, com o seu Filho, quebrará a cabeça de Satã. – O termo “inimizade” indica a incompatibilidade absoluta entre Cristo e sua Mãe de um lado, e Satã e os seus aliados, do outro; indica ainda a vitória completa de ambos sobre o Maligno.

b) Dois textos de Isaías:“Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um Filho, o Emanuel (Deus conosco)”. (Is. 7,14) “Nasceu-nos um menino …Ele será Deus forte …”. (Is. 9,5)

c) Outros textos de S. Lucas:“Ave, ó cheia de graça…” (Lc. 1,28);“…darás à luz um Filho, e Lhe porás o nome de Jesus; (…) Ele será Filho do Altíssimo” (Lc. 1,32); e “Filho de Deus” (Lc. 1,35); “Bendita és tu entre as mulheres; ( …) donde me vem a dita de vir a mim a Mãe de meu Senhor?”. (Lc. 1,42-43) -Esses textos sagrados destacam as várias grandezas singulares de Nossa Senhora:

3 – A Maternidade Divina: É evidente: – 1º ) no texto “a”, a descendência da Mulher (sêmen, prole) é, no 1º plano, Jesus Cristo. E então a “mulher singular” da profecia é a sua verdadeira Mãe. E como Cristo é Deus, Ela pode e deve chamar-se Mãe de Deus.

2º) Confirma-se isso com os textos da letra “b” (Is. 7,14), pois “a Virgem” é predita aí como a verdadeira Mãe do Emanuel (Deus conosco), portanto, Mãe de Deus.

3º) O mesmo afirmam os textos da letra “c” (Lc. 1,31-32;1,42-43), pois aí se declara que Maria Santíssima é a verdadeira Mãe “do Filho do Altíssimo”, “do Filho de Deus” e a “Mãe de meu Senhor”.

- Argumento de razão – Podemos e devemos chamar a Virgem Maria “Mãe de Deus” porque o objeto-termo de toda maternidade é a pessoa. Não se diz que a mãe é mãe da natureza do filho, mas da sua pessoa. E a Pessoa, em Cristo, é a 2ª da Santíssima Trindade, o Filho de Deus. Na Virgem Maria se realiza, pois, este mistério: ser Ela, ao mesmo tempo, “Mãe de Deus e de Deus filha”. Ela participa do mistério do seu Filho que é “Deus e Homem ao mesmo tempo”.

- Maternidade espiritual – também. De fato, como no 2º plano, aquela “Mulher” é Mãe da “prole” também no sentido de “descendência”, Maria Santíssima é Mãe espiritual dos remidos. O que o próprio Jesus na Cruz confirmou, na pessoa de São João, ao dizer à sua Mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”. São João, então, representava a todos os remidos.

- Medianeira – também. Realmente, como Deus deu às mães, como ofício próprio da maternidade, prover o alimento dos filhos, assim Cristo, ao dar à sua Santa Mãe o ofício da maternidade espiritual, deu-Lhe também todas as graças necessárias para a salvação de seus filhos espirituais. Senão esse título seria meramente nominal. Ela é, pois, Medianeira de todas as graças de Cristo para nós.

4 – A Imaculada Conceição – Essa prerrogativa é conseqüência da primeira. Destinada a ser Mãe verdadeira e virginal de Cristo-Deus, não podia Ela ter contato com o pecado. Ademais, se a alguém fosse dado poder escolher a própria mãe, não escolheria a mais virtuosa, a mais pura, a mais santa? E Jesus não só pôde escolher a Sua Mãe, mas criá-lA, pois é Deus. Ele A fez, pois, imaculada, isenta de toda a culpa original. É a razão de conveniência. Mas, essa verdade está contida no próprio texto da Bíblia (Gên. 3,15), pois aí se prediz para o futuro Salvador e para a sua Mãe, uma inimizade total com Satã, que implica derrota total deste. Isso é incompatível com a condição de quem tivesse estado, por um momento sequer, sob o pecado e, pois, sob o poder do Maligno. É claro que isso pressupõe a concepção imaculada, não só de Cristo-Homem, mas também de sua Santa Mãe.

5 – O ofício de Corredentora – Também está contida no texto de Gên. 3,15 a verdade de que aquela Mulher invicta, posta por Deus em total inimizade com o Demônio, ia participar de todos os sofrimentos e lutas do futuro Redentor. De fato, a Virgem Maria participou da Paixão de Jesus no grau máximo, sofrendo em união com Ele as dores mais atrozes, oferecendo-O a Deus Pai como Vítima por nós. Ela sacrificou-Lhe também o direito natural de Mãe sobre o próprio Filho. Todos esses sacrifícios já estavam incluídos na aceitação da maternidade divina. Ela cooperou voluntariamente para nossa Redenção.

6 – A Assunção corpórea ao céu – A vitória de Cristo sobre Satã, o pecado e a morte foi realizada na Paixão e Morte na Cruz, mas se tornou completa e patente com a sua Ressurreição e Ascensão ao Céu. Ora, o texto do Gênesis associa inseparavelmente o Messias e a sua Mãe na mesma luta e na mesma Vitória final e completa. Ora, a vitória de Maria Santíssima não seria completa se o seu corpo imaculado e virginal tivesse ficado sujeito à corrupção do sepulcro. Jesus Cristo não o permitiu, mas A elevou ao Céu em corpo e alma, no fim de sua vida. Assim cumpriu-se plenamente aquela magnífica profecia.

RESPONDENDO OBJEÇÕES

7 – Os protestantes não cessam de injuriar a Jesus, rebaixando a sua Santa Mãe à condição de uma mulher comum, pela interpretação errônea que dão a alguns textos. Vejamos na Bíblia como isso é falso:

- No encontro de Jesus no Templo, Ele não argüiu a Sua Mãe de não saber que Ele“devia cuidar dos interesses de seu Pai”. (Lc. 2,49) Não era esse o sentido das suas palavras no contexto. Era antes o seguinte: “Não sabeis que devo estar no que é de meu Pai ?” (sentido literal) Assim, era normal que sua Mãe entendesse a resposta no sentido de “ficar morando no Templo”, a exemplo de Samuel.

Por isso, em Lc. 2,50 lemos: “Eles não entenderam o que Jesus lhes dissera”.

8 – Em Caná, a Mãe de Jesus Lhe informou ter acabado o vinho para os convidados. Jesus respondeu usando a expressão semítica (da língua hebraica): “Mulher, que há entre mim e ti?“ E acrescentou: “ A minha hora ainda não chegou”. (Jo.2,4) A expressão usada por Jesus tem um sentido próprio daquela língua. De fato, verificou-se que ela foi usada, pelo menos seis (6) vezes na Bíblia do AntigoTestamento, nas quais se supõe resposta negativa: “não há nada” ; uma ou outra vez, indica que “não há nada” porque há oposição; as outras indicam que as partes estão de acordo. (Cf. 2 Reis 3,13; 2 Sam.16,10; 19,22; Jz. 11,12; 1 Reis 17,18; 2 Crôn. 35,21)

Note-se que essas citações conferem com a tradução literal da frase latina:”Quid mihi et tibi est?” = “Que há entre mim e ti?”, sem as acomodações ao nosso modo de falar, como por ex., “Que nos importa isso a mim e a ti?”, ou “Que queres de mim ?”, como hoje se costuma fazer. Em Caná é claro o sentido de pleno acordo quanto ao fato da providência solicitada (o milagre), com pequena restrição quanto à sua oportunidade. Daí Jesus dizer:“a minha hora ainda não chegou”. Mas antecipou essa hora, e fez o milagre, atendendo a intenção caritativa de sua Santa Mãe.

9 – Quanto ao apelativo “Mulher” , dizem os peritos da língua que Jesus falava, o aramaico, que tem um sentido respeitoso equivalente a “Senhora” . E que dizer do acento de respeito desta palavra na boca de Jesus ao dirigir-se à sua Santa Mãe! Sobretudo no contexto de Caná e da Cruz. Jesus, o melhor dos Filhos, deve ter-Se dirigido à sua santa Mãe com acentuado carinho e respeito filiais. Nesse contexto, tal apelativo lembra ainda a “Mulher” da profecia do Gênesis. (3,15) Então, Jesus Se projeta ao lado de sua Mãe como dando cumprimento àquela profecia.

10 – Por fim, Jesus pregava numa casa cheia de gente. Avisam-Lhe que lá fora estão sua Mãe e os seus (chamados) irmãos. (primos-Ver “F. C. nº 12) Jesus responde:”Minha Mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”. (Lc. 8,21) É claro que Jesus não está negando à sua Santa Mãe a honra de ser a primeiríssima entre os ouvintes e praticantes da palavra de Deus, antes o supõe, e é seu principal título de glória. O mesmo se diga de Lc.11,27-28.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Como orar em línguas?

“Como orar em línguas?” – Este é o termo motor de buscas que mais aparece e dá fluxo a este pequeno, quase desconhecido blog. E ele aponta para um post onde faço uma simples brincadeira que muitos protestantes e carismáticos (irmãos siameses) não gostam muito. Bem, a intenção não era agradar mesmo, mas creio que fiquei no raso, e sinto que há a necessidade de se esclarecer algo mais sobre o assunto. Longe de ser um “expert” no assunto e tampouco ter qualquer autoridade, contribuo apenas com minha humilde conclusão baseada no que se segue, a qual sujeito à inteira correção da Mãe e Mestra Santa Igreja. Vamos lá.

O orar em línguas é um dom do Espírito Santo, mas não é um dom qualquer. A Igreja ensina que os dons do Espírito Santo se dividem em categorias diferentes, a saber:

a) Graça santificante ou habitual;

b) Graça atual;

c) Graça sacramental;

d) Graça especial ou carisma.

Estas podem ser conferidas no novo Catecismo da Igreja Católica entre os parágrafos 1999 e 2004.

O dom de línguas está entre a graça especial, ou carisma: “graças especiais, chamadas também ‘carismas’, segundo a palavra grega empregada por S. Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefício. Seja qual for seu caráter, às vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas se ordenam à graça santificante e têm como meta o bem comum da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, 2003 – negritos meus).

Deste parágrafo, já podemos chegar à conclusão que o termo “como orar em línguas” se quer poderia existir caso o verdadeiro dom de línguas fosse bem compreendido. Ora, se é um dom gratuito, um benefício, então não se tem como aprender a orar em línguas e não há quem possa ensinar.

Outro detalhe importante é que assim como o dom de milagres, o das línguas também é extraordinário. Ou seja, não é algo que acontece normalmente ou a todo instante, ou ainda quando aperto um botãozinho ou alguém começa a “ministrar” um louvor. É extraordinário.

Resumindo, podemos concluir que a) o dom de línguas é um “dom” e b) que é extraordinário. Agora, será que estou falando do mesmo dom que você viu em algum lugar e está querendo aprender? Isto são cenas dos próximos capítulos...

Moisés Gomes

"A concórdia não é uniformidade de opiniões, mas concordância de vontades" (S. Tomas de Aquino).

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O abominável carismatismo


via São Pio V

O CARISMATISMO SUPER-EMOTIVO

1 – O atual Carimastimo protestante e superemotivo das seitas teve sua origem, no começo do século passado, nos Estados Unidos. Uma estudante protestante afirmou ter sentido, de repente, uma sensação de paz e de gozo, e começou a falar, como disse, em “línguas desconhecidas”. Ela atribuiu esses fenômenos a Cristo. Passados alguns dias, em toda a comunidade se davam as mesmas manifestações que foram interpretadas como sendo um “batismo no Espírito”. Assim nascia o movimento pentecostal, cuja característica é pretender provocar artificialmente, em clima superemotivo, os carismas extraordinários concedidos pelo Espírito Santo aos Apóstolos no dia de Pentecostes.

2 – Esta atitude já estava implícita na “fé-sentimento-de-confiança”, de Lutero, com seu descaso inato pela precisão doutrinária das verdades a crer que são de natureza radicalmente racionais (Cf. Fol. Cat., n° 15). São reveladas por Deus e propostas pela Igreja à nossa fé como necessárias de se crer para a salvação. Devemos, pois, prestar-lhes um assentimento da mente. Não pode resvalar para um exacerbado sentimento religioso, como acontece no carismatismo das seitas.

3 – “Pentecostes” é palavra de origem grega que significa “quinquagésimo dia”, porque foi 50 dias após a sua Ressurreição que Jesus enviou o Espírito Santo sobre os Apóstolos, como lhes havia prometido. Para isso, ao subir ao Céu, ordenou-lhes que permanecessem reunidos na cidade, pois “sereis, disse-lhes, batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias.” (Atos 1, 4-5) “Batizados” aqui, significa, “inundados”, “cheios”. Não é, pois, um outro batismo diverso do Sacramento do Batismo, mas a graça especial da vinda do Espírito Santo, com a abundância de seus dons extraordinários, com seus efeitos tanto interiores, como exteriores visando a edificação da Igreja.

4 – A abundância de dons extraordinários do dia de Pentecostes visava, pois, socorrer a Igreja, sobretudo nos seus difíceis começos em que devia aplicar-se a converter judeus endurecidos e pagãos idólatras. Eram dons da ordem dos carismas, os quais – quando verdadeiros – não se destinam diretamente ao bem da pessoa que os recebe, mas ao da comunidade dos fiéis.

Para o bem pessoal da santificação e salvação de cada fiel em particular, Jesus já havia instituído na sua Igreja os S. Sacramentos como canais ou meios normais e permanentes de comunicação da graça e dos dons divinos.

5 – São Paulo encontrou em certas comunidades uma prática especial, chamada “glossolália”, ou “fala em línguas estranhas” – não confundir com o “dom das línguas” do dia de Pentecostes (At. 2,4) – e procurou regular o seu exercício, cercando-o de precauções para que não se transformasse em descontrolada explosão do sentimento religioso. Para isso exigiu necessariamente um intérprete (1 Cor. 14, 27). Trata-se de alguém com o encargo de vigilante da fé, pois, São Paulo submete também à vigilância da autoridade o exercício dos carismas proféticos (1 Cor. 14, 37). A “glossolália” teve duração transitória. Não ultrapassou à Igreja primitiva e desapareceu cedo.

6 – O atual Carismatismo das seitas, em seu livre curso, expõe os fiéis a serem iludidos com a esperança de estarem recebendo graças especiais, quando se trata freqüentemente de manifestações naturais do sentimento religioso. Além disso, o demônio pode servir-se desses estados de superexaltação para produzir certos fenômenos extraordinários com aparência de carismas, para enganar e perder a muitos.

7 – Eis o que, nesse sentido, nos ensina o grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (Trat. do Amor de Deus, t.2, c. IV):

Tem-se visto em nossa época, muitas pessoas que crêem que foram muito freqüentemente raptadas em êxtases; e ao cabo, descobria-se que o fato não passava de ilusões diabólicas. Assim, certo sacerdote, no tempo de Santo Agostinho, punha-se em êxtase sempre que queria, cantando ou fazendo cantar uma ária lúgubre; (…). O admirável é que seu êxtase ia tão longe, que não sentia o fogo que se lhe aplicava, a não ser depois de ter voltado a si…, e ficava sem respirar”. E o santo adverte-nos ainda que o maligno pode transformar-se em espírito de luz, operar êxtases e outras coisas extraordinárias para confundir e perder as almas.

E São João da Cruz afirma: “Quando a alma procura estas comunicações carismáticas, abre a porta ao demônio”.

8 – O Carismatismo das seitas repete ainda o erro de Lutero que pretendeu uma comunicação do Espírito Santo e da graça divina, por meios livres, que não os Santos Sacramentos estabelecidos para esse fim específico por Nosso Senhor. Daí ter Lutero supresso quase todos os Santos Sacramentos. E nos meios católicos influenciados pelo carismatismo protestante, em geral, nota-se um certo descaso para com a admirável obra sacramentária de Nosso Senhor.

Ouve-se dizer que católicos estão imitando o carismatismo superemotivo protestante. Para eles vale o que foi dito. Seria o caso de dizer-lhes com São Paulo “Não tentemos o Espírito Santo” com posturas emotivas estranhas, a ver se Ele produz em nós algum efeito extraordinário; nem “O injuriemos” atribuindo-Lhe tantas coisas estranhas!

9 – No entanto, a prática constante da Igreja vê na administração correta dos Santos Sacramentos, efeitos autenticamente carismáticos de transformação espiritual. Podemos dizer que Jesus instituiu aí um verdadeiro “Carismatismo Católico”: “Quem não renascer pela água e pelo Espírito Santo, não entrará no Reino dos Céus” (Jo 3, 5). “Ide… e pregai o Evangelho a toda criatura, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinai-as a observar tudo o que vos mandei”; “quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado.” (Mt 25, 19-20; Mc 16, 15-16)

10 – De fato, a comunicação normal da alma com o Espírito Santo se faz pela graça do Sacramento do Batismo que a transforma em templo da Santíssima Trindade. Por isso, já em Pentecostes, o que os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, julgavam mais necessário fazer para cumprir a ordem do Divino Mestre, foi batizar os primeiros convertidos (At 2, 38).

11 – Mas, também os outros Sacramentos, embora de modo diverso, operam no sentido de garantir a permanência do Espírito Santo, do Pai e o Filho, na alma do fiel, ou no sentido de recuperar nela a sua habitação, quando vier perder essa divina habitação pelo pecado grave.

12 – Para os católicos que crêem no valor divino dos Santos Sacramentos e da admirável Ação do Espírito Santo em nossas almas através deles, e para outros de boa vontade, eis aqui uma bela página de verdadeira renovação carismática:

O que fizeram os Apóstolos antes de tudo, senão batizar? Eles comunicaram o Espírito Santo a todos os que tinham fé, a todos os que criam em Nosso Senhor Jesus Cristo.

É assim que a Igreja, sob a influência de Cristo, sempre comunica o Espírito Santo. Todos nós O recebemos em nosso Batismo. [E se não O perdemos pelo pecado mortal, Ele continua a operar em nós através de seus dons e frutos as maravilhas de suas dádivas]. Devemos meditar com mais atenção a grande realidade de nosso Batismo que nos tornou templos de Deus e moradas do Espírito Santo. A recepção desse Sacramento opera nas almas uma grande transformação de ordem sobrenatural.

Os outros Sacramentos vêm completar esta efusão do seu Espírito Santo, operada em nosso Batismo. Assim, o Sacramento da Confirmação nos comunica também, com uma maior profusão, os dons do Espírito Santo, pois temos necessidade deles para alimentar e bem exercer a nossa vida espiritual e cristã.

Mas não é tudo. Com efeito, Nosso Senhor quis que dois Sacramentos, em particular, intensifiquem em nós a comunicação do seu Espírito com a efusão de seus dons, de forma freqüente. São os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia. A Penitência reforça a graça que recebemos em nosso Batismo e purifica nossa alma de seus pecados. Pois não podemos pensar em receber abundantes graças do Espírito Santo, se O estamos contristando pelo pecado. Este Sacramento restitui, pois, a força do Espírito Santo e o poder da graça.

E que direi do Sacramento da Eucaristia que nos é dado pela celebração do Santo Sacrifício da Missa, que renova a oblação sacrifical de Cristo, e nos aplica os frutos da Redenção? (…) Na Eucaristia recebemos ao mesmo tempo a santificação de nossas almas, que nos afasta do pecado, e a união com N. S. Jesus Cristo, bem como a força do Espírito Santo.

Os Sacramentos do Matrimônio e da Ordem santificam a sociedade. O primeiro, santifica as famílias. O segundo, a Ordem é verdadeiro carisma. É concedido para comunicar precisamente o Espírito Santo a todas as famílias cristãs, a todas as almas.

Por fim, o Sacramento da Extrema-Unção nos prepara para receber a verdadeira, plena e definitiva efusão do Espírito Santo, quando receberemos a nossa recompensa no Céu.” (Renovation Carismática – [Instrução de Dom Lefebvre] - fev/1998)

13 – Portanto, supliquemos todos os dias as luzes e a força do Espírito Santo, e os seus outros dons divinos, para que Ele nos ilumine e nos fortaleça todos os dias e momentos de nossa vida, nos santifique e salve. Enfim, para que o Divino Espírito exerça em nossas almas seus verdadeiros carismas santificadores, sobretudo através dos seus Santos Sacramentos.

Dom Licínio Rangel
Campos/RJ

Fonte: Tradição Católica ES

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Este Brasil corrupto é expressão do jeito Lula de fazer política.

Este Brasil corrupto é expressão do jeito Lula de fazer política. E ele ainda acha pouco!

via Reinaldo Azevedo | VEJA.com de Reinaldo Azevedo em 10/08/11

Este Brasil que manda a política para a página de polícia é uma criação genuína de Luiz Inácio Lula da Silva. Não! O lulo-petismo não inventou a corrupção. Mas foi o Babalorixá de Banânia quem a transformou numa categoria de pensamento, numas das formas do “ser político”, num “fazer” supostamente respeitável, num verdadeiro “saber” que se transmite às gerações futuras. Mais perverso do que ter transformado a corrupção num método, Lula fez dela uma forma de “resistência política”, contra supostas elites que estariam a espreitar a verdadeira revolução que ele diz ter feito no Brasil.

Essa visão de mundo ganhou adeptos, gerou peroração acadêmica, contaminou o jornalismo. Não se leu há dias na imprensa uma análise segundo a qual o que falta a Barack Obama nos EUA é justamente um PMDB? A corrupção seria dotada, assim, de uma virtude saneadora, que amaina os espíritos, que arredonda as agudezas ideológicas, que faz convergir para o centro os extremos, que desarma os espíritos, que transforma a convicção que divide na conveniência que une. E se dá a isso o nome de “governabilidade”. E Lula, como veremos, se mobiliza para que a lambança tenha longa duração.

Pouco importa, nessa perspectiva, o grau de comprometimento pessoal do próprio Apedeuta com a corrupção. Interessa aqui o modelo que ele erigiu de modo meticuloso, sistemático, organizado. Ele foi o arquiteto dessa forma de exercício de poder, mas o grande engenheiro da obra, justiça se faça, foi mesmo José Dirceu. Os dois transformaram o partido que não se coligava com ninguém no partido que se une ao capeta se o rabudo, afinal de contas, aceitar fazer a genuflexão - pelo que será regiamente recompensado. É isto: o PT é o partido que seduziu o diabo; normalmente, é o chifrudo que seduz os incautos. E, antes que continue, uma nota esclarecedora à margem: eu não estou afirmando que os petistas aprenderam maus costumes na convivência com os PMDBs e PRs da vida, não! Não há nada que essa gente possa ensinar a um petista que este já não saiba de berço - refiro-me ao berço partidário. O que estou afirmando é que os petistas profissionalizariam o saque ao poder. Perto do que se tem hoje, ícones de certo modo de fazer política, como Adhemar de Barros, Paulo Maluf ou Fernando Collor, revelam-se amadores primitivos. Fim da nota à margem. Sigamos.

A bagunça partidária brasileira e isso que chamam “presidencialismo de coalizão” facilitam o saque. Como explicar, por exemplo, a um estrangeiro que não conheça direito a realidade brasileira que o maior partido do país, o PMDB, concorreu com candidato próprio à Presidência da República uma única vez depois da redemocratização, em 1989? Não obstante, está no poder desde o fim do Regime Militar, em 1985.

Os petistas tomaram uma dura lição em 1994 e 1998. Derrotados pelo Plano Real, que combateram com unhas e dentes, entenderam que FHC teve de liderar uma coligação forte para vencer, governar e implementar a sua agenda. O PT fez uma leitura peculiar do processo. Também ele se abriria à adesão de quem quisesse aderir, mas, dado certo déficit de credibilidade no establishment político - embora contasse com amplo apoio do eleitorado -, teria de pagar um prêmio maior do que pagava “o outro lado”, o adversário. Lula venceu a disputa em 2002 e foi às compras. O principal alvo foi justamente o PMDB, que se coligara com o tucano José Serra. Essa foi a costura mais importante feita, então, por José Dirceu, o “homem forte” do regime que se iniciava ali.

Políticos antes hostis ao PT, empresários, o setor financeiro, o baixo-claro do Congresso, críticos ferrenhos do partido… Todos descobriram um Lula de uma formidável generosidade, como, de fato, nunca antes… Ele, sim, sabia negociar e fazer concessões. A conversa era franca, sem medo, com aquele pragmatismo sindical de que o líder tanto se orgulhava. Para as massas, afinal, ali chegava o redentor, o que viria mostrar o valor do povo, combater as elites etc e tal. Vocês conhecem a cascata. Tudo, então, era permitido. É evidente que o mensalão, por exemplo, não foi um desvio, uma vacilo, um erro, uma transgressão. Era um método. Não por acaso, estão envolvidos na lambança o presidente do partido, o tesoureiro, o presidente do Câmara e o chefe da Casa Civil. Até o marqueteiro de campanha foi pago com dinheiro confessadamente ilegal.

Nunca antes na história destepaiz um presidente havia sido tão generoso e, em muitos aspectos, verdadeiramente “descentralizador”. Garantida a fidelidade exigida, Lula, vamos dizer assim, liberou as “forças fisiológicas”. Cada aliado fizesse em seu feudo o que bem entendesse, atendidas algumas pequenas exigências. A conjuntura favorável - e vou me dispensar dos detalhes agora - favoreceu a consolidação do seu modelo de gestão, que persiste até agora.

Reforçando…
Ontem, Lula almoçou no Palácio das Laranjeiras, no Rio, residência oficial do governador Sérgio Cabral (PMDB). Estavam presentes parlamentares, ministros e secretários estaduais e municipais de diversos partidos da base: PT, PMDB, PDT, PSB, PC do B, PSC e PRB. O Babalorixá mandou um recado: se todos estiverem unidos em 2012, ele estará no palanque. Vai ficar longe das cidades em que os partidos da base se dividirem. Como se nota, ele força a mão para que candidatos sejam verdadeiros chefes de uma arca de Noé, reunindo um pouco de tudo. Foi assim que impôs, por exemplo, que o PT do Maranhão, adversário histórico dos Sarneys, apoiasse a candidatura de Roseana ao governo do Estado.

Ora, aonde isso leva? Sob o guarda-chuva do lulo-petismo, abrigam-se, então, os mais diversos interesses. Não se constroem candidaturas com uma proposta, uma agenda, um programa, um rumo. Faz-se um amontoado para ganhar a disputa e, depois, dividir o poder. Não é um condomínio, mas um cortiço, em que cada casa de cômodo segue as suas próprias regras. A realidade política brasileira, reitero, com suas dezenas de partidos e uma espantosa indefinição ideológica, já predispõe o país à corrupção. O “modelo Lula” leva isso ao paroxismo.

O PR e o PMDB, por exemplo, estão magoadíssimos e prometem retaliação - se possível, “retalhação” também… - a quem queira ouvir. Sentem-se traídos. Não foi isso o que Lula lhes prometeu. Não é esse o acordo, vamos dizer, histórico feito com o PT. Afinal, o combinado é que cada um tenha o “seu” pedaço, desde que colabore, é evidente, com o governo federal.

ATENÇÃO! ESSES PARTIDOS PROMETERAM FIDELIDADE AO GOVERNO, NÃO VERGONHA NA CARA! ISSO NÃO ESTAVA NO COMBINADO. ISSO NÃO ESTAVA NO PREÇO. E não que o PT esteja fazendo tais exigências, entendam bem. Mas essa imprensa, vocês sabem como é… Se bem se lembram, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, afirmou que ela não contribui para a “formação cidadã” - ou porcaria do gênero.

A pouca-vergonha a que assistimos é a expressão do mais puro modo lulista de conduzir a política. Os larápios saltaram da margem para o centro do poder. Passaram a dar as cartas em ministérios. E, como se conclui da reunião havida no Rio, Lula tenta dar sobrevida ao modelo. Continua disposto a juntar todos os “patriotas” numa grande frente para tomar de assalto as cidades. Depois é só dividir o conteúdo do cofre. O presidencialismo de coalizão pode até colaborar com a governabilidade. Já o lulismo de coalizão está desgovernado.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A tirania do igualitarismo e a liberdade da obediência

via Apologética Católica de Thiago Santos de Moraes em 08/08/11
Uma reflexão bem interessante de autoria de Marcos Eduardo Melo dos Santos e publicada na seção de opinião da Gaudium Press:

O homem nunca viverá sem "dogmas".

Por mais que nos últimos séculos todas as verdades - mesmo as mais sacrossantas - afirmadas sem medo e sem jaça pareçam ser retrógradas e antipáticas, ainda é verdade que nossos contemporâneos não sabem viver sem elas.

Dogmas não eclesiásticos, mas sim sociais, cujo domínio é aceito por tácita imposição e velada ameaça por toda a opinião pública mundial. Ai! daquele que queira destes "dogmas" discordar... Logo, é excomungado do vento da moda, queimado na fogueira do convívio social, perseguido pela inquisição do isolamento. Ser superior, estar acima dos outros por qualquer título que seja, significa subjugar, sorver do próximo algo de sua dignidade, qualificar o inferior com a tara de inepto. Em consequência, estar submisso significa carecer de personalidade, opinião e liberdade. Significa ser alienado. Dado a outro, de tal forma, que se abandona o que se tem de mais íntimo e de mais nobre do próprio ser: a inteligência e a vontade humana.

Dentre os "dogmas" não eclesiásticos que subjugam os homens iludidos pela atual liberdade de pensamento, o igualitarismo parece ser o mais tirano. Sim. Hoje, a liberdade e a fraternidade só parecem verdadeiras se encerram em si o princípio fundamental da igualdade. Há ainda quem diga que esta opinião em nada nega os princípios do catolicismo. Como argumentos usam eles dos princípios mais inefáveis. Afinal, o Apóstolo não aconselhou aos senhores de Colossos tratarem seus servos "com justiça e igualdade" (Col 4,1)? E as pessoas da santíssima Trindade não são idênticas (iguais) apesar de distintas?

O conceito de igualdade é assim paulatinamente baldeado para o sinônimo de dignidade. Só é possível respeitar a natureza humana ao se afirmar a igualdade entre patrão e empregado, pais e filhos, varão e mulher, homem e animal. Será isto o ideal da humanidade ou simples utopia ensinada por alguns?

Mas há Mestre que leciona de modo diverso. São Paulo afirma que "Cristo Jesus sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens" (Fl 2,5-7). Neste passo, o Divino Mestre abandonou a mais sublime das igualdades para ensinar a beleza da obediência.

Seria demasiado superficial afirmar que o Salvador negou-se em ser igual ao Pai para em última análise deixar os arcanos da divindade a fim de gozar do igualitarismo completo para com os homens. Cristo, sim, abandonou a igualdade para "assumir a condição de escravo" de Deus Pai, quis Ele ser inferior de alguma forma às criaturas racionais, entregando sua vida em benefício daqueles que por nenhum mérito mereceriam a dádiva infinita de seu sangue adorável: "Jesus se fez obediente, até a morte, e morte de Cruz" (Fl 2,8).

Desde o momento da Encarnação até sua Paixão, Deus Filho ensinou através da obediência a beleza da hierarquia e a origem divina do princípio de autoridade (Cf. Jo 19,11). O Redentor assim o fez para que sejamos homens livres pela obediência e não nos submetamos outra vez à tirania do igualitarismo (Cf. Gal 5,1).

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Petista honesta.





Danevita Magalhães: a então petista foi demitida por não compactuar com a roubaheira; sem emprego, vive sob ameaça

Não deixe de ler reportagem de Hugo Marques na VEJA desta semana. Ele conta a história de Danevita Ferreira de Magalhães, uma das principais testemunhas contra os larápios do mensalão. Segue um trecho:

(…)
Ex-petista, Danevita Ferreira de Magalhães era gerente do Núcleo de Mídia do Banco do Brasil quando, ainda em 2004, foi instada a participar de uma fraude para justificar a remessa de nada menos que 60 milhões de reais às arcas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o caixa-forte do mensalão. Ela não se curvou à ordem. Por isso, foi demitida e viu sua vida virar de cabeça para baixo. Ameaçada de morte e vivendo de favor na casa de amigos, Danevita é agora uma testemunha-chave do Ministério Público Federal para provar que o mensalão foi abastecido, sim, com dinheiro publico. Entre 1997 e 2004, Dane, como é carinhosamente chamada pelos poucos amigos que lhe restaram, coordenou o núcleo do Banco do Brasil que administrava os pagamentos às agências de publicidade contratadas para fazer a propaganda da instituição e de seus produtos. Por esse núcleo, formado por representantes das agências, passava todo o papelório necessário para liberar os mais de 180 milhões de reais gastos a cada ano nas campanhas publicitárias do banco.

Foi no momento de assinar um desses documentos que Danevita viu sua carreira desmoronar. O papel fugia completamente aos padrões. Tratava-se de uma ordem para chancelar um pagamento de 60 milhões de reais à DNA Propaganda, uma das empresas do mineiro Marcos Valério que abasteceram o mensalão. Detalhe: o dinheiro já havia sido repassado para a DNA, e o documento só serviria para atestar, falsamente, a veiculação de uma campanha fictícia que nunca fora ao ar. Uma fraude completa. A assinatura de Danevita era necessária para legitimar a operação. À Polícia Federal, ela disse que um dos diretores da DNA admitiu, na ocasião, que o serviço jamais seria prestado. Ato contínuo à decisão de negar a assinatura que tanto valeria a Marcos Valério e ao esquema que já no ano seguinte ficaria conhecido como mensalão, veio a demissão. “Como não assinei, fui demitida”.

*
Leia na revista detalhes dessa história típica da República da Companheirada.

Por Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Perito deplora que na luta contra a AIDS não se combata a promiscuidade













ROMA, 07 Jun. 11 (ACI/EWTN Noticias) .- O sacerdote Juan José Pérez-Soba, professor de teologia moral na Faculdade de Teologia São Damaso de Madrid e do Pontifício Instituto João Paulo II para estudos sobre Matrimônio e Família, lamentou que as campanhas contra a AIDS não combatam a promiscuidade e se concentrem em promover o consumo de preservativos porque não atacam a raiz do problema.

Em uma entrevista concedida à agência em espanhol do grupo ACI, a ACI Prensa, na ocasião dos 30 anos do descobrimento da doença, Pérez-Soba indicou que "é absurdo rechaçar desde o início o fato de que dentro de uma enfermidade de transmissão sexual a maior causa de sua extensão e contágio é a promiscuidade e não se tomem medidas eficazes para reduzi-la".

"É ainda mais grave na medida em que se oculta informação e se transmite a idéia de que o preservativo é absolutamente eficaz para evitar o contágio o qual é falso", já que se assim fosse "qualquer empresa farmacêutica se veria obrigada a retirar um fármaco que tivesse a efetividade do preservativo em relação ao contágio da AIDS", considerou.

O sacerdote usou o exemplo da diferença na luta farmacológica entre a AIDS e o tabagismo, "seria um engano profundo querer enfrentar o problema de saúde que o tabagismo supõe repartindo piteiras com filtro aos fumantes obstinados porque se considera impossível que eles deixem de fumar e se abandone o objetivo".

O perito indicou que a Igreja Católica não contempla o preservativo como a verdadeira solução contra a AIDS já que esta "é uma enfermidade de transmissão sexual", e "por isso, a autêntica visão ante a pandemia é a da redução das condutas de risco de expansão e não a diminuição do risco dentro destas condutas".

Além disso, "se oferece uma falsa idéia de segurança que aumenta as condutas de risco, o qual é de fato prejudicial para o tratamento do fenômeno da AIDS como uma questão de saúde pública", acrescentou.

A enfermidade da AIDS, disse Pérez-Soba à ACI Prensa, "se vive na atualidade dentro de uma revolução sexual que insiste na idéia de que é impossível não ter relações sexuais, que estas são eticamente neutras e que simplesmente deve-se oferecer informação para que haja um 'sexo seguro'", "é evidente que querem dar uma solução técnica a um problema moral que é o do significado verdadeiro da sexualidade humana", sublinhou.

Em um mundo onde a sexualidade se reduz "a um mero material manipulável, uma sociedade de mercado que favorece por múltiplos meios um 'consumo de sexo' e uns recursos técnicos que prometem uma eficácia máxima em relação às conseqüências dos atos sexuais", é fácil deplorar a postura da Igreja que "insiste na responsabilidade das pessoas e no significado moral dos atos humanos, pode apresentar-se com facilidade como retrógrada, fora do mundo, e incapaz de responder aos desafios da ciência", denunciou.

A AIDS é um dos temas "no qual se aprecia com maior facilidade a terrível ideologização de nossa sociedade", concluiu.

No último 24 de maio, o perito publicou um artigo no jornal vaticano L'Osservatore Romano no qual explicou que o melhor que podem fazer os esposos quando um deles tem AIDS é viver a abstinência já que o uso do preservativo não constitui uma solução ao problema mas não só isso, este também suporta um problema ético.

No artigo precisou que "é bom recordar que embora o uso do preservativo em um só ato sexual poderia ter certa eficácia na prevenção do contágio da AIDS, isto não garante uma segurança absoluta nem sequer no ato em questão e, menos ainda, no âmbito da vida sexual inteira do casal".

Deste modo explicou que seu uso não é recomendável porque suporta propõe um problema ético: "um ato sexual realizado com o preservativo não pode ser considerado um ato plenamente conjugal na medida em que foi voluntariamente privado de seus significados intrínsecos".


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Oração para os impenitentes

via Blog do Frei Clemente Rojão de Frei Clemente Rojão OAAO

Senhor,

Sei que mereço as penas do Inferno por estar apegado ao pecado e longe de ti,

Meu justo lugar é com Satanás e seus anjos malignos,

Sei que estou contra a tua imutável Lei, retransmitida pela Santa Igreja

Sou como o publicano que bate a mão no peito pedindo clemência por ainda ser um pecador

E se a adúltera teve o gosto de ouvir de ti a reprimienda que fosse e não pecasse mais

Eu nem isto posso ouvir, porque não me arrependo de meu mal

Ah, como poderei fugir do Inferno, arriscando minha alma por tão pouco

Mas que não consigo me separar?

Sou como Esaú, que trocou a bênção do Pai por um prato de lentilhas,

Ah, quão triste será quando me esconderes a tua Face na hora de minha morte!

Esta dor e aflição de estar longe de ti já é o Inferno em vida!

Fico dividido, arrastado por dois amores,

Quero a ti,

Quero ao mundo,

E querendo ao mundo perco a ti

Sou o servo mal que sabendo que o Senhor chegará passa a bater nos outros empregados

E como o administrador infiel, vejo-te queixando-se de minha gestão

Mereço o Inferno, Mereço o Inferno,

É teu Santo Espírito que nos revela o tamanho de nosso crime,

Porque homem algum pode compreender sem tua ajuda a extensão do Mal.

E eu que não entendo nada, pequei ontem e pecarei amanhã

Com que cara chegarei na tua presença?

Mas se me incomodo por ser impenitente

Não é tua mão me incitando a conversão?

Completai, Senhor, a obra começada

E fazei que tenha um justo arrependimento

Celebrando minha reconciliação contigo!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Brasil vai continuar na m. Ou na fossa, por extenso!

Reinaldo Azevedo - Blog - VEJA.com

A marca do lulo-petismo é a mistificação. Em todas as áreas. Mas em poucas os companheiros mentiram tanto como em saneamento básico. Leiam o que informa Marcelo Sperandio na VEJA desta semana. Volto depois.

(…)

O descaso com o setor tem sido uma tônica negativa de todas as gestões, mas, na petista, ele é ainda maior. Em seu segundo mandato, o antecessor da presidente Dilma Rousseff destinou 5.7 bilhões de reais à extensão da rede sanitária, só 4% do que seria necessário para universalizar o serviço. Em 2009, o presidente barbudo conseguiu um feito inédito na história do país: a proporção de domicílios atendidos encolheu. Se o ritmo imprimido por seu governo for mantido, os mais pobres só serão plenamente atendidos em 2048.

Uma das promessas de campanha feitas por Dilma Rousseff no ano passado foi promover uma revolução no saneamento e estender a rede de esgotos a todos os domicílios até 2014. Mas a presidente não deu nenhum indício de que pretende manter esse compromisso. O Ministério das Cidades planeja investir apenas 14,5 bilhões de reais no sistema de coleta nos próximos quatro anos. Até o secretário nacional de Saneamento, Leodegar Tiscoski, reconhece que o valor não chega a um décimo do necessário para estender a rede de coleta à totalidade das residências.

(…)


Voltei
Eis aí. São números oficiais, incontestáveis. Muito bem! Qual é a marca dessa gente? A parolagem, a mistificação e a truculência. Vejam este vídeo. É a então candidata Dilma Rousseff no debate do UOL. Como se nota, ela não sabia o que fazer com o saneamento — e não sabe ainda —, mas sabia ser malcriada como poucos.

Só para que tudo fique no seu devido lugar: obras de saneamento integram a chamada área de infra-estrutura, que, no governo Lula, estava sob a coordenação de Dilma Rousseff.

Ah, sim: o que vai acima demonstra também por que tantos respiraram aliviados ao descobrir que Dilma havia decidido ser a Rainha Muda. Calada, ela vale por um Schopenhauer!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A preocupação de Dom Manoel Pestana

via Ecclesia Una de Everth Queiroz Oliveira em 25/07/11



“Que te adianta recitar meus preceitos
e ter minha aliança na boca,
uma vez que detestas a disciplina
e rejeitas as minhas palavras?
Se vês um ladrão, tu corres com ele,
e junto aos adúlteros tens a tua parte;
abres tua boca para o mal,
e teus lábios tramam a fraude.
Sentas-te para falar contra teu irmão,
e desonras o filho de tua mãe.
Assim te comportas, e eu me calaria?
Imaginas que eu seja como tu?
Eu te acuso e exponho tudo aos teus olhos.
Considerai isto, vós que esqueceis a Deus,
senão eu vos dilacero, e ninguém vos libertará!
- Salmo 50, 16-22



No próximo dia 11 completará um ano a carta enviada por Dom Manoel Pestana aos bispos do Brasil, sobre a situação da Igreja na América Latina. O texto é pequeno, mas as observações são valiosíssimas. A expressão preocupada do até então bispo emérito de Anápolis é dolorosa. “Assusta-me a corrupção dentro da Igreja, o desmantelamento dos seminários, a maçonização de Cúrias e Movimentos”, revelava, na ocasião, Dom Manoel.

Esses fatos que assustavam a este bispo tão corajoso são as mesmas realidades que fazem os filhos fiéis da Igreja de Deus menear a cabeça… Como andam “modernas” as nossas igrejas… e como estão vazias! Como andam “atuais” as homilias dos padres… e como são desinteressantes! Como andam “adaptadas ao espírito moderno” as nossas Missas… e como está o povo perdendo o respeito ao sagrado! De que serviram para a promoção de uma autêntica evangelização tantos esforços em se “adaptar” o conteúdo da doutrina da única Igreja de nosso Senhor aos nossos tempos? Por acaso criamos comunidades mais fiéis ao Papa, mais devotas a Nossa Senhora ou mais amantes da Eucaristia?

Não, a verdade é que o Transcendente vem sendo totalmente deixado de lado, em nome de uma malfadada preocupação com o “social”, com o “pobre”, com o “oprimido”, com o “explorado”… Nada de falar da opressão do pecado, do domínio que Satanás exerce sobre um número assustador de almas, do perigo de nos afastarmos do sacramento da Penitência, ou da necessidade de adorar o Santíssimo, abandonado nos sacrários de muitas igrejas… Porque isto é coisa antiga, ultrapassada, que não se usa mais, que se acha “fora de moda”.

Loucos os padres que defendem tal disparate! Loucos os leigos que seguem essa asneira! Loucas as autoridades que esqueceram que o fim do sacerdócio, meu Deus, é salvar as almas! “Os lucros dos padres – lembra São João Bosco – devem ser as almas e nada mais”. Mas, quê?! A cada dia que passa, o que se vê é o desleixe para com Jesus Eucarístico, o desprezo para com a Liturgia, a indiferença diante de um pedido de benção, os maus conselhos distribuídos em momentos nos quais deveriam acontecer verdadeiros encontros com o Senhor.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Atenção: pela aprovação do Estatuto do Nascituro

Enviado para você por Moisés através do Google Reader:

Atenção: pela aprovação do Estatuto do Nascituro

via Deus lo Vult! de Jorge Ferraz em 27/07/11

O direito à vida é o primeiro e o mais fundamental de todos os direitos. Afinal de contas, para que as pessoas possam ter saúde, educação, trabalho ou moradia elas precisam, antes de qualquer outra coisa, estar vivas – sob pena de todos aqueles direitos deixarem de fazer sentido.

Assim, o direito inalienável à vida é o direito que deve ser defendido de maneira absoluta e intransigente, como condição mesma para que se possa falar em quaisquer outros direitos. As ameaças à vida humana são ameaças a todos os direitos do indivíduo humano – uma vez que, ceifando-se-lhe a vida, retira-se-lhe também imediatamente todos os demais direitos da vida decorrentes. Quem não protege a vida também não pode proteger os outros direitos humanos, uma vez que estes dela dependem.

Diante desta realidade não há espaço para tergiversar, para pensar melhor no assunto, para fazer ressalvas de qualquer natureza. Diante desta realidade é preciso uma tomada de posição firme e corajosa – uma vez que o triunfo dos maus é muitas vezes conseguido por conta do silêncio dos bons.

Está em tramitação no Congresso Nacional o PL 478/07, o chamado “Estatuto do Nascituro”. “Nascituro”, como define o próprio texto, “é o ser humano concebido mas ainda não nascido”. Trata-se de um projeto de lei que, entre outras coisas, visa proibir a discriminação dos nascituros “em razão do sexo, da idade, da etnia, da origem, de deficiência física ou mental” e obrigar os estupradores a pagarem pensão alimentícia aos filhos por eles gerados, cabendo ao Estado arcar com os custos “para cuidar da vida, da saúde[,] do desenvolvimento e da educação da criança” caso o agressor não possa ser intimado e a mãe da criança não disponha de meios econômicos para tanto. É, em suma, um projeto de lei que se propõe a conferir proteção legal àquelas pessoas que são as mais frágeis das pessoas e as mais sujeitas a sofrerem injustiças: os seres humanos ainda não nascidos.

O Movimento Brasil Sem Aborto está recolhendo assinaturas pela aprovação do Estatuto do Nascituro, a serem apresentadas no Congresso Nacional. É fundamental que nós assinemos este documento (não leva sequer um minuto) e o encaminhemos aos nossos amigos e familiares, cobrando deles esta tomada de posição. Não deixem para depois. Precisamos destas assinaturas e precisamos delas depressa.

Para assinar, basta clicar aqui. Será aberta uma tela com o texto do abaixo-assinado, em cujo lado direito há um botão laranja escrito “Assinar agora!” que, quando pressionado, exibirá o formulário de assinatura. No formulário, é preciso preencher o nome (completo), o email, o número do documento de identidade (RG), a cidade e o estado. Uma vez que isso tenha sido feito e o botão azul (escrito “SIGN!”) tenha sido pressionado, pronto: a sua assinatura já consta na lista de assinaturas. Atenção: o sistema do i-petitions (o site onde está hospedado este abaixo-assinado) irá exibir, logo após o envio da assinatura (o botão azul mencionado), uma tela pedindo doações para o site (e NÃO para o Estatuto do Nascituro ou para o Movimento Brasil Sem Aborto). Quando esta tela for exibida, é porque a assinatura já foi enviada com sucesso e a janela já pode ser fechada; a assinatura não depende da referida doação que é pedida e, esta, é para a manutenção do site de abaixo-assinados, e não para a promoção do Estatuto do Nascituro ou do Brasil Sem Aborto.

Assine agora! Peça a seus amigos, vizinhos e parentes que o façam também agora. Não deixe para mais tarde, pois o tempo urge. Que a Virgem da Conceição Aparecida livre o Brasil da maldição do aborto.