terça-feira, 2 de agosto de 2011

A preocupação de Dom Manoel Pestana

via Ecclesia Una de Everth Queiroz Oliveira em 25/07/11



“Que te adianta recitar meus preceitos
e ter minha aliança na boca,
uma vez que detestas a disciplina
e rejeitas as minhas palavras?
Se vês um ladrão, tu corres com ele,
e junto aos adúlteros tens a tua parte;
abres tua boca para o mal,
e teus lábios tramam a fraude.
Sentas-te para falar contra teu irmão,
e desonras o filho de tua mãe.
Assim te comportas, e eu me calaria?
Imaginas que eu seja como tu?
Eu te acuso e exponho tudo aos teus olhos.
Considerai isto, vós que esqueceis a Deus,
senão eu vos dilacero, e ninguém vos libertará!
- Salmo 50, 16-22



No próximo dia 11 completará um ano a carta enviada por Dom Manoel Pestana aos bispos do Brasil, sobre a situação da Igreja na América Latina. O texto é pequeno, mas as observações são valiosíssimas. A expressão preocupada do até então bispo emérito de Anápolis é dolorosa. “Assusta-me a corrupção dentro da Igreja, o desmantelamento dos seminários, a maçonização de Cúrias e Movimentos”, revelava, na ocasião, Dom Manoel.

Esses fatos que assustavam a este bispo tão corajoso são as mesmas realidades que fazem os filhos fiéis da Igreja de Deus menear a cabeça… Como andam “modernas” as nossas igrejas… e como estão vazias! Como andam “atuais” as homilias dos padres… e como são desinteressantes! Como andam “adaptadas ao espírito moderno” as nossas Missas… e como está o povo perdendo o respeito ao sagrado! De que serviram para a promoção de uma autêntica evangelização tantos esforços em se “adaptar” o conteúdo da doutrina da única Igreja de nosso Senhor aos nossos tempos? Por acaso criamos comunidades mais fiéis ao Papa, mais devotas a Nossa Senhora ou mais amantes da Eucaristia?

Não, a verdade é que o Transcendente vem sendo totalmente deixado de lado, em nome de uma malfadada preocupação com o “social”, com o “pobre”, com o “oprimido”, com o “explorado”… Nada de falar da opressão do pecado, do domínio que Satanás exerce sobre um número assustador de almas, do perigo de nos afastarmos do sacramento da Penitência, ou da necessidade de adorar o Santíssimo, abandonado nos sacrários de muitas igrejas… Porque isto é coisa antiga, ultrapassada, que não se usa mais, que se acha “fora de moda”.

Loucos os padres que defendem tal disparate! Loucos os leigos que seguem essa asneira! Loucas as autoridades que esqueceram que o fim do sacerdócio, meu Deus, é salvar as almas! “Os lucros dos padres – lembra São João Bosco – devem ser as almas e nada mais”. Mas, quê?! A cada dia que passa, o que se vê é o desleixe para com Jesus Eucarístico, o desprezo para com a Liturgia, a indiferença diante de um pedido de benção, os maus conselhos distribuídos em momentos nos quais deveriam acontecer verdadeiros encontros com o Senhor.

Nenhum comentário: