segunda-feira, 24 de outubro de 2011

“Com este passaporte podemos conspirar à vontade”

Porque tantos maçons infiltrados na Igreja? Eles mesmos respondem:

O Papado exerceu sempre ação decisiva nos negócios da Itália. Pelo braço, voz, pena e coração dos seus numerosos Bispos, padres, frades, religiosos e fiéis de todos os países, o Papado tem sempre pessoas dedicadas para o martírio e para o entusiasmo. Em toda parte onde os chama, encontra amigos que morrem por ele ou de tudo se privam por sua causa. É uma imensa alavanca, cuja força só alguns papas avaliaram, empregando-a todavia com muita parcimônia. Não se trata hoje para isso de restabelecer esse poder, cujo prestígio momentaneamente se acha debilitado; o nosso fim principal é o de Voltaire e da Revolução Francesa: o aniquilamento perpétuo do catolicismo e até da idéia cristã, que, no caso de permanecer de pé sobre as ruínas de Roma, viria perpetuar-se mais adiante. Para atingir porém com mais certeza esse fim e não prepararmos com satisfação reveses, que adiam indefinidamente e comprometem no futuro o êxito de uma boa causa, não devemos escutar esses franceses vaidosos, nem os nebulosos alemães, nem os melancólicos ingleses, que julgam uns e outros matar o Catolicismo ora com uma canção obscena, ora com uma dedução ilógica, ora com um sarcasmo insolente, que passa como contrabando, como os algodões da Inglaterra. O Catolicismo tem vida mais tenaz do que isto. Viu inimigos mais implacáveis e terríveis e diverte-se em lançar água benta no túmulo dos mais furiosos. Deixemos, pois, nossos irmãos daqueles países entregar-se às intemperanças estéreis de seu zelo anticatólico: consintamos-lhes até que zombem das nossas Imagens de Nossa Senhora e da nossa aparente devoção. Com este passaporte podemos conspirar à vontade, e pouco a pouco chegar ao termo proposto.

Documento da Loja Maçônica Alta Venda apreendido pela Polícia dos Estados Pontifícios em 1846.

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