segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cachorro vira-lata






Vocês já repararam que não há nada na Criação que aparente maior resolução que os vira-latas de rua? Um vira-lata que anda parece mais resoluto que um soldado que vai para a batalha, que um herói que vai salvar uma vida, que uma mulher que parte ao encontro do amado.


Eles andam, decididos, sem olhar para os lados, com a cabeça erguida, como se houvessem tomado uma decisão irreversível... que não existe.

Trata-se de um bicho burrinho, de um animal que foi criado para buscar agradar a um mestre que não tem, de um ser frustrado naquilo que ele foi criado para ser. Mas como parece resoluto! Como pisa firme, como não olha para os lados!

É um pouco o que me lembram as pessoas que cantam em verso e prosa a falsa liberdade de não serem "tolhidos" pelos Mandamentos, que seguem, escravas de seus instintos, resolutas a caminho do abismo, tratando de caviar a comida podre da lata virada e de vicissitude inelutável da existência a sarna e a bicheira. Não vêem melhor, não sabem haver melhor, não sonham com melhor. Só vêem na liberdade real do cachorro que ama seu mestre e por ele é amado a coleira... que alegra o cãozinho bem-tratado e bem-amado. Orgulham-se de serem "bem-resolvidos sexualmente" quando na verdade são escravos da promiscuidade e de perversas relações de dominação e (ab)uso do sexo oposto (isso qdo é o oposto!); andam firmes, de olhar erguido, em busca daquelas baixezas a que os arrastam os seus instintos, ditadores muito mais exigentes que as amorosas leis da Igreja.

Vivem como um cachorro de rua, que na verdade está sempre procurando a metade que lhe falta, que é o mestre que o acolha e ama e a quem ele protegerá, com o agravante de usarem da razão, dom divino, para se afastar daquilo que ela mesma manda abraçar (a Graça). É o próprio objetivo de seu ser que é frustrado.

[]s,

seu irmão em Cristo,

Carlos


 Retirado de uma mensagem da lista de discussão Tradição Católica do Yahoo Groups enviada pelo professor Carlos Ramalhete.




Um comentário:

Pedro Henrique disse...

Muito interessante a reflexão que o professor fez.
Show de bola!